{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2014/09/17/pedro-sanchez-defendemos-modelos-federais-como-o-da-alemanha-ou-dos-estados-" }, "headline": "Pedro S\u00e1nchez: \u0022Defendemos modelos federais como o da Alemanha ou dos Estados Unidos\u0022", "description": "Pedro S\u00e1nchez: \u0022Defendemos modelos federais como o da Alemanha ou dos Estados Unidos\u0022", "articleBody": "Os Independentistas est\u00e3o expectantes com o referendo na Esc\u00f3cia. A euronews entrevistou o secret\u00e1rio-geral do Partido Socialista Oper\u00e1rio Espanhol, atualmente na oposi\u00e7\u00e3o. Convers\u00e1mos sobre a Esc\u00f3cia e a Catalunha.Marta Vivas, euronews: \u201cConnosco est\u00e1 Pedro S\u00e1nchez, secret\u00e1rio-geral do PSOE. Bem-vindo. Come\u00e7ando pela sua carreira pol\u00edtica. Como decidiu entrar na pol\u00edtica?\u201d Pedro S\u00e1nchez:\u201d Hoje em Espanha e em muitas zonas da Europa, muitas pessoas encaram o futuro como uma amea\u00e7a. Quero mudar essas futuras amea\u00e7as por futuras oportunidades. H\u00e1 dois anos e meio que estava fora da pol\u00edtica, era professor universit\u00e1rio. O meu compromisso pol\u00edtico \u00e9 a moderniza\u00e7\u00e3o de Espanha e da Europa, a cria\u00e7\u00e3o de oportunidades de trabalho na Europa e a necessidade que o mundo veja uma Europa competitiva, de oportunidades a irradiar paz ao resto do mundo.\u201deuronews: Que tipo de socialista \u00e9, o que prop\u00f5e?Pedro S\u00e1nchez: \u201cReformista, modernizador. Espanha tem de modernizar a economia. Tanto em Espanha como na Europa, temos de avan\u00e7ar para uma maior transpar\u00eancia, participa\u00e7\u00e3o dos cidad\u00e3os e democracia das nossas institui\u00e7\u00f5es. Temos de lutar contra a corrup\u00e7\u00e3o, que \u00e9 o principal veneno da nossa democracia, e \u00e9 preciso criar emprego. Principalmente para os jovens.euronews:\u201cGanh\u00e1mos mais de um milh\u00e3o de votos nas elei\u00e7\u00f5es europeias. Agora existem cinco eurodeputados no Parlamento Europeu. O que acha que levou todas estas pessoas a votar nesta forma\u00e7\u00e3o pol\u00edtica?Pedro S\u00e1nchez: \u201cN\u00e3o sei. Acho que a pol\u00edtica \u00e9 construir e n\u00e3o destruir. E para estar ao lado de todos os que veem a pol\u00edtica como sendo um projeto emocionante, que seja otimista no futuro. Nem \u00e9 preciso pensar h\u00e1 50 anos atr\u00e1s\u2026 Creio que hoje existem pessoas em Espanha a ganhar 340 \u20ac por m\u00eas, com isso n\u00e3o se consegue viver. Cria-se pouco trabalho e o que existe \u00e9 muito prec\u00e1rio. H\u00e1 pobreza laboral. O importante \u00e9 oferecer oportunidades de emprego digno.\u201deuronews: \u201cDisse numa entrevista que o populismo acaba como a Venezuela de Chavez. O que quis dizer com isso? Como define o populismo?\u201dPedro S\u00e1nchez: \u201cCom propostas, como a que estou a levar a cabo, para enfrentar um processo de reforma tribut\u00e1ria, que faz com que as grandes fortunas paguem mais impostos para aliviar a carga fiscal dos trabalhadores e da classe m\u00e9dia, s\u00e3o propostas realistas e justas do ponto de vista social. Nacionalizar todos os setores estrat\u00e9gicos da nossa economia \u00e9 simplesmente imposs\u00edvel. Portanto, entre uma proposta com um compromisso com a justi\u00e7a social, mas realista, e outra que oferece falsas solu\u00e7\u00f5es para problemas reais, eu escolho a primeira.\u201deuronews: \u201cO seu partido apoiou medidas de austeridade, h\u00e1 alguns anos, como acha que essas medidas t\u00eam ajudado o povo?\u201dPedro S\u00e1nchez: \u201cExistem diferentes formas de fazer pol\u00edtica em contextos dif\u00edceis como os que a Europa atravessa, com a austeridade. Creio que a Europa tem de mudar a pol\u00edtica econ\u00f3mica. Propus que haja um plano espec\u00edfico de investimento p\u00fablico para os pa\u00edses que t\u00eam uma taxa de desemprego superior a 15%. Propus que o programa de Garantia da Juventude, que agora \u00e9 a menores de 25 anos, aumente para os 30 anos. Porque na Europa h\u00e1 muitos jovens entre 25 e 30 anos no desemprego.Tanto Espanha, como o resto da Europa, devem mudar a austeridade pelas pol\u00edticas de crescimento e de cria\u00e7\u00e3o de emprego. No nosso contexto, o caso de Espanha, tamb\u00e9m deve ter o apoio das institui\u00e7\u00f5es europeias.\u201deuronews:\u201cVamos falar agora da Esc\u00f3cia. Qual ser\u00e1 o impacto da independ\u00eancia escocesa no resto da Europa, e nas restantes regi\u00f5es independentistas?\u201dPedro S\u00e1nchez: \u201cMuitas vezes, o que \u00e9 determinante \u00e9 a forma como as express\u00f5es se materializam e se concretizam, essas vontades manifestadas na vota\u00e7\u00e3o. Aposto numa Europa forte e unida e por uma Esc\u00f3cia tamb\u00e9m forte e unida na Uni\u00e3o Europeia e no Reino Unido.\u201deuronews: \u201cMas os sentimentos de independ\u00eancia podem ter alguma influ\u00eancia noutras regi\u00f5es\u2026\u201dPedro S\u00e1nchez: \u201cComo em Espanha e no debate catal\u00e3o\u2026? O que temos de fazer na Catalunha, foi o que disse a Rajoy e a Mas, \u00e9 enfrentar um processo de renova\u00e7\u00e3o constitucional. Temos 35 anos de sucesso constitucional. Mas \u00e9 verdade que temos de renovar esta Constitui\u00e7\u00e3o. \u00c9 preciso reorganizar a nossa conviv\u00eancia territorial.H\u00e1 que ordenar os poderes que est\u00e3o em cada n\u00edvel institucional, em Espanha e na Uni\u00e3o Europeia. E s\u00f3 o podemos fazer com uma reforma constitucional. Quero uma Catalunha na vanguarda de Espanha, da mudan\u00e7a pol\u00edtica, econ\u00f3mica e social \u2013 a bandeira dos socialistas. N\u00e3o quero uma Catalunha fora de Espanha.\u201deuronews: \u201cComo \u00e9 que essa reforma constitucional pode dar mais autonomia \u00e0s regi\u00f5es e como pode beneficiar Espanha?\u201dPedro S\u00e1nchez: \u201cBasicamente, estamos a falar da reordena\u00e7\u00e3o de compet\u00eancias. Hoje em dia existem muitos cidad\u00e3os que desconhecem a responsabilidade de cada n\u00edvel da istra\u00e7\u00e3o.Que se e a reconhecer na Constitui\u00e7\u00e3o quem \u00e9 respons\u00e1vel pela sa\u00fade p\u00fablica, pela educa\u00e7\u00e3o, pela pol\u00edtica lingu\u00edstica, como funciona o modelo de financiamento regional, que n\u00e3o est\u00e1 reconhecido dentro da Constitui\u00e7\u00e3o. Creio que ia esclarecer os cidad\u00e3os e, acima de tudo, ia diminuir a despesa do estado.Porque no final, seria muito mais eficaz. Defendemos modelos federais como o da Alemanha ou dos Estados Unidos. Na Europa, os socialistas dizem que a Europa deve ser federal. Quando falamos de \u201cmais\u201d Uni\u00e3o Europeia, estamos a falar de uma uni\u00e3o federal. \u00c9 o que tamb\u00e9m defendemos em Espanha.\u201deuronews:\u201cVoltamos \u00e0 quest\u00e3o da Esc\u00f3cia, para terminar. Qual acha que deve ser a posi\u00e7\u00e3o espanhola se a Esc\u00f3cia pretender entrar na Uni\u00e3o Europeia?\u201dPedro S\u00e1nchez: \u201cSe vamos apostar em algo ser\u00e1 nesta uni\u00e3o forte e unida em que estamos. E acredito que na quest\u00e3o catal\u00e3, temos de defender o entendimento, a conviv\u00eancia e, acima de tudo, reconhecer que a Catalunha \u00e9 um povo singular que merece ser reconhecido como tal. Espanha n\u00e3o pode ser compreendida sem Catalunha, assim como a Catalunha n\u00e3o pode ser compreendida sem o resto de Espanha. \u00c9 dif\u00edcil que existam governantes que obriguem os cidad\u00e3os a escolher entre ser espanhol e ser catal\u00e3o. Mais do que separar, a pol\u00edtica espanhola e catal\u00e3 precisa de muita sensatez e muita coragem para enfrentar os desafios em conjunto.\u201d", "dateCreated": "2014-09-17T19:26:17+02:00", "dateModified": "2014-09-17T19:26:17+02:00", "datePublished": "2014-09-17T19:26:17+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F281270%2F1440x810_281270.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Pedro S\u00e1nchez: \u0022Defendemos modelos federais como o da Alemanha ou dos Estados Unidos\u0022", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F281270%2F432x243_281270.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Pedro Sánchez: "Defendemos modelos federais como o da Alemanha ou dos Estados Unidos"

Pedro Sánchez: "Defendemos modelos federais como o da Alemanha ou dos Estados Unidos"
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

Os Independentistas estão expectantes com o referendo na Escócia. A euronews entrevistou o secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol, atualmente na oposição. Conversámos sobre a Escócia e a Catalunha.

Marta Vivas, euronews: “Connosco está Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE. Bem-vindo. Começando pela sua carreira política. Como decidiu entrar na política?”

Pedro Sánchez:” Hoje em Espanha e em muitas zonas da Europa, muitas pessoas encaram o futuro como uma ameaça. Quero mudar essas futuras ameaças por futuras oportunidades. Há dois anos e meio que estava fora da política, era professor universitário. O meu compromisso político é a modernização de Espanha e da Europa, a criação de oportunidades de trabalho na Europa e a necessidade que o mundo veja uma Europa competitiva, de oportunidades a irradiar paz ao resto do mundo.”

euronews: Que tipo de socialista é, o que propõe?

Pedro Sánchez: “Reformista, modernizador. Espanha tem de modernizar a economia. Tanto em Espanha como na Europa, temos de avançar para uma maior transparência, participação dos cidadãos e democracia das nossas instituições. Temos de lutar contra a corrupção, que é o principal veneno da nossa democracia, e é preciso criar emprego. Principalmente para os jovens.

euronews:“Ganhámos mais de um milhão de votos nas eleições europeias. Agora existem cinco eurodeputados no Parlamento Europeu. O que acha que levou todas estas pessoas a votar nesta formação política?

Pedro Sánchez: “Não sei. Acho que a política é construir e não destruir. E para estar ao lado de todos os que veem a política como sendo um projeto emocionante, que seja otimista no futuro. Nem é preciso pensar há 50 anos atrás… Creio que hoje existem pessoas em Espanha a ganhar 340 € por mês, com isso não se consegue viver. Cria-se pouco trabalho e o que existe é muito precário. Há pobreza laboral. O importante é oferecer oportunidades de emprego digno.”

euronews: “Disse numa entrevista que o populismo acaba como a Venezuela de Chavez. O que quis dizer com isso? Como define o populismo?”

Pedro Sánchez: “Com propostas, como a que estou a levar a cabo, para enfrentar um processo de reforma tributária, que faz com que as grandes fortunas paguem mais impostos para aliviar a carga fiscal dos trabalhadores e da classe média, são propostas realistas e justas do ponto de vista social.

Nacionalizar todos os setores estratégicos da nossa economia é simplesmente impossível. Portanto, entre uma proposta com um compromisso com a justiça social, mas realista, e outra que oferece falsas soluções para problemas reais, eu escolho a primeira.”

euronews: “O seu partido apoiou medidas de austeridade, há alguns anos, como acha que essas medidas têm ajudado o povo?”

Pedro Sánchez: “Existem diferentes formas de fazer política em contextos difíceis como os que a Europa atravessa, com a austeridade. Creio que a Europa tem de mudar a política económica. Propus que haja um plano específico de investimento público para os países que têm uma taxa de desemprego superior a 15%. Propus que o programa de Garantia da Juventude, que agora é a menores de 25 anos, aumente para os 30 anos. Porque na Europa há muitos jovens entre 25 e 30 anos no desemprego.
Tanto Espanha, como o resto da Europa, devem mudar a austeridade pelas políticas de crescimento e de criação de emprego. No nosso contexto, o caso de Espanha, também deve ter o apoio das instituições europeias.”

euronews:“Vamos falar agora da Escócia. Qual será o impacto da independência escocesa no resto da Europa, e nas restantes regiões independentistas?”

Pedro Sánchez: “Muitas vezes, o que é determinante é a forma como as expressões se materializam e se concretizam, essas vontades manifestadas na votação. Aposto numa Europa forte e unida e por uma Escócia também forte e unida na União Europeia e no Reino Unido.”

euronews: “Mas os sentimentos de independência podem ter alguma influência noutras regiões…”

Pedro Sánchez: “Como em Espanha e no debate catalão…? O que temos de fazer na Catalunha, foi o que disse a Rajoy e a Mas, é enfrentar um processo de renovação constitucional. Temos 35 anos de sucesso constitucional. Mas é verdade que temos de renovar esta Constituição. É preciso reorganizar a nossa convivência territorial.

Há que ordenar os poderes que estão em cada nível institucional, em Espanha e na União Europeia. E só o podemos fazer com uma reforma constitucional. Quero uma Catalunha na vanguarda de Espanha, da mudança política, económica e social – a bandeira dos socialistas. Não quero uma Catalunha fora de Espanha.”

euronews: “Como é que essa reforma constitucional pode dar mais autonomia às regiões e como pode beneficiar Espanha?”

Pedro Sánchez: “Basicamente, estamos a falar da reordenação de competências. Hoje em dia existem muitos cidadãos que desconhecem a responsabilidade de cada nível da istração.

Que se e a reconhecer na Constituição quem é responsável pela saúde pública, pela educação, pela política linguística, como funciona o modelo de financiamento regional, que não está reconhecido dentro da Constituição. Creio que ia esclarecer os cidadãos e, acima de tudo, ia diminuir a despesa do estado.

Porque no final, seria muito mais eficaz. Defendemos modelos federais como o da Alemanha ou dos Estados Unidos. Na Europa, os socialistas dizem que a Europa deve ser federal. Quando falamos de “mais” União Europeia, estamos a falar de uma união federal. É o que também defendemos em Espanha.”

euronews:“Voltamos à questão da Escócia, para terminar. Qual acha que deve ser a posição espanhola se a Escócia pretender entrar na União Europeia?”

Pedro Sánchez: “Se vamos apostar em algo será nesta união forte e unida em que estamos. E acredito que na questão catalã, temos de defender o entendimento, a convivência e, acima de tudo, reconhecer que a Catalunha é um povo singular que merece ser reconhecido como tal. Espanha não pode ser compreendida sem Catalunha, assim como a Catalunha não pode ser compreendida sem o resto de Espanha. É difícil que existam governantes que obriguem os cidadãos a escolher entre ser espanhol e ser catalão. Mais do que separar, a política espanhola e catalã precisa de muita sensatez e muita coragem para enfrentar os desafios em conjunto.”

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Peregrinos afluem à Andaluzia para celebração da Virgem do Rocío

Governo espanhol anuncia plano de 530 milhões para evitar tragédias como a DANA

Antigo assessor do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych morto a tiro em Madrid