{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2023/10/28/assembleia-geral-da-onu-aprova-tregua-em-gaza-israel-e-eua-votam-contra" }, "headline": "Assembleia Geral da ONU aprova \u0022tr\u00e9gua\u0022 em Gaza; Israel e EUA votam contra", "description": "120 pa\u00edses da ONU pedem tr\u00e9gua humanit\u00e1ria e fim da desloca\u00e7\u00e3o for\u00e7ada de palestinianos", "articleBody": "A Assembleia Geral da ONU adoptou uma resolu\u00e7\u00e3o (n\u00e3o vinculativa) que apela a \u0022tr\u00e9guas humanit\u00e1rias imediatas, duradouras e sustentadas que conduzam \u00e0 cessa\u00e7\u00e3o das hostilidades\u0022 na Faixa de Gaza. O representante palestiniano congratulou-se com a resolu\u00e7\u00e3o.\u00a0 Israel classificou-a resolu\u00e7\u00e3o de \u0022inf\u00e2mia\u0022 e prova de que \u0022a ONU j\u00e1 n\u00e3o tem um pingo de legitimidade ou relev\u00e2ncia\u0022. O projeto de resolu\u00e7\u00e3o apresentado pela Jord\u00e2nia, e copatrocinado por mais de 40 Estados-membros da ONU, obteve 120 votos a favor, 14 contra e 45 absten\u00e7\u00f5es dos 193 Estados-membros da ONU. Votaram contra este texto pa\u00edses como Israel, Estados Unidos, \u00c1ustria ou Hungria e entre os pa\u00edses que se abstiveram est\u00e3o Ucr\u00e2nia, Reino Unido, Canad\u00e1, Alemanha, Iraque ou Alb\u00e2nia ou Cabo Verde. Com exce\u00e7\u00e3o de Cabo Verde, que se absteve, e S\u00e3o Tom\u00e9 e Pr\u00edncipe, que n\u00e3o registou o seu voto, todos os restantes pa\u00edses lus\u00f3fonos votaram a favor desta resolu\u00e7\u00e3o. Apesar de n\u00e3o ter car\u00e1ter vinculativo, esta resolu\u00e7\u00e3o carrega um peso pol\u00edtico e mostra o posicionamento da comunidade internacional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 forma como Israel est\u00e1 a conduzir a sua guerra contra o grupo islamita Hamas. Uma emenda proposta pelo Canad\u00e1 , e que contou com o apoio de dezenas de pa\u00edses, entre eles de Portugal, Estados Unidos ou Reino Unido, que condenava inequivocamente os ataques terroristas do Hamas de 07 de outubro e que apelava \u00e0 imediata e incondicional liberta\u00e7\u00e3o dos ref\u00e9ns, foi tamb\u00e9m colocada a vota\u00e7\u00e3o, mas n\u00e3o foi aprovada, uma vez que n\u00e3o conseguiu votos favor\u00e1veis de dois ter\u00e7os dos Estados-membros (obteve 88 votos a favor, 55 contra e 23 absten\u00e7\u00f5es). Esta emenda surgiu na sequ\u00eancia de duras cr\u00edticas lan\u00e7adas na quinta-feira pelo embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, que criticou o facto de o texto da Jord\u00e2nia n\u00e3o ter uma \u00fanica refer\u00eancia aos ataques do Hamas. Tamb\u00e9m os Estados Unidos haviam criticado o facto de o projeto da Jord\u00e2nia n\u00e3o usar a palavra \u0022ref\u00e9ns\u0022. No final da vota\u00e7\u00e3o, v\u00e1rios pa\u00edses lamentaram que a resolu\u00e7\u00e3o n\u00e3o tenha referido o direito de Israel se defender e n\u00e3o condene diretamente as a\u00e7\u00f5es do Hamas. \u0022Testemunhamos hoje que a ONU j\u00e1 n\u00e3o tem qualquer relev\u00e2ncia ou legitimidade\u0022, criticou Gilad Erdan logo ap\u00f3s a vota\u00e7\u00e3o, afirmando ser um \u0022dia escuro para a ONU e para a humanidade\u0022. Na manh\u00e3 desta sexta-feira, a embaixadora norte-americana junto \u00e0 ONU, Linda Thomas-Greenfield, j\u00e1 havia sinalizado que poderia rejeitar a resolu\u00e7\u00e3o, considerando \u0022escandaloso\u0022 e \u0022ultrajante\u0022 que o texto da Jord\u00e2nia n\u00e3o identificasse os autores dos ataques de 07 de outubro, apelando aos Estados-membros que apoiassem a emenda proposta pelo Canad\u00e1 - e que acabou chumbada. Concretamente, a resolu\u00e7\u00e3o em causa apela a uma \u201ctr\u00e9gua humanit\u00e1ria imediata, duradoura e sustentada que conduza \u00e0 cessa\u00e7\u00e3o das hostilidades\u201d; exige que todas as partes cumpram imediata e integralmente as suas obriga\u00e7\u00f5es ao abrigo do direito internacional, incluindo a prote\u00e7\u00e3o de civis e bens civis, e do pessoal humanit\u00e1rio; e exige tamb\u00e9m o fornecimento imediato, cont\u00ednuo, e sem entraves de bens e servi\u00e7os essenciais aos civis em toda a Faixa de Gaza, incluindo, \u00e1gua, alimentos, suprimentos m\u00e9dicos, combust\u00edvel e eletricidade. Entre outros pontos, apela tamb\u00e9m \u00e0 rescis\u00e3o da ordem de Israel para que os habitantes de Gaza se desloquem para o sul; e apela \u00e0 liberta\u00e7\u00e3o imediata e incondicional de todos os civis que se encontram ilegalmente mantidos em cativeiro. A resolu\u00e7\u00e3o reafirma ainda que uma solu\u00e7\u00e3o justa e duradoura para o conflito israelo-palestiniano s\u00f3 pode ser alcan\u00e7ada por \u201cmeios pac\u00edficos, com base nas resolu\u00e7\u00f5es pertinentes das Na\u00e7\u00f5es Unidas e em conformidade com o direito internacional, e com base na solu\u00e7\u00e3o de dois Estados\u201d. A vota\u00e7\u00e3o ocorreu numa sess\u00e3o especial de emerg\u00eancia da Assembleia-Geral da ONU , convocada ap\u00f3s o bloqueio do Conselho de Seguran\u00e7a da ONU, que at\u00e9 ao momento n\u00e3o conseguiu aprovar nenhuma das quatro resolu\u00e7\u00f5es que foram a votos sobre o tema. Pelas regras da ONU, a Assembleia-Geral pode convocar uma \u0022sess\u00e3o especial de emerg\u00eancia\u0022 no prazo de 24 horas, caso o Conselho de Seguran\u00e7a \u0022deixe de exercer a sua responsabilidade prim\u00e1ria\u0022 pela manuten\u00e7\u00e3o da paz e seguran\u00e7a internacionais. V\u00e1rios Estados-membros, liderados pela Jord\u00e2nia, recorreram ent\u00e3o \u00e0 Assembleia-Geral da ONU para uma sess\u00e3o especial de emerg\u00eancia para abordar as \u0022a\u00e7\u00f5es ilegais israelitas em Jerusal\u00e9m Oriental ocupado e no resto do Territ\u00f3rio Palestiniano Ocupado \u0022, que come\u00e7ou na quinta-feira e que culminou na vota\u00e7\u00e3o desta resolu\u00e7\u00e3o. ", "dateCreated": "2023-10-27T23:51:47+02:00", "dateModified": "2023-10-28T10:06:12+02:00", "datePublished": "2023-10-28T10:06:07+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F99%2F91%2F76%2F1440x810_cmsv2_03c3711f-dfff-53c5-b7ea-b6333a470839-7999176.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Assembleia-Geral das Na\u00e7\u00f5es Unidas ", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F99%2F91%2F76%2F432x243_cmsv2_03c3711f-dfff-53c5-b7ea-b6333a470839-7999176.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Assembleia Geral da ONU aprova "trégua" em Gaza; Israel e EUA votam contra

Assembleia-Geral das Nações Unidas
Assembleia-Geral das Nações Unidas Direitos de autor AP Photo/Bebeto Matthews
Direitos de autor AP Photo/Bebeto Matthews
De euronews com Lusa
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

120 países da ONU pedem trégua humanitária e fim da deslocação forçada de palestinianos

PUBLICIDADE

A Assembleia Geral da ONU adoptou uma resolução (não vinculativa) que apela a "tréguas humanitárias imediatas, duradouras e sustentadas que conduzam à cessação das hostilidades" na Faixa de Gaza. O representante palestiniano congratulou-se com a resolução. Israel classificou-a resolução de "infâmia" e prova de que "a ONU já não tem um pingo de legitimidade ou relevância".

O projeto de resolução apresentado pela Jordânia, e copatrocinado por mais de 40 Estados-membros da ONU, obteve 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções dos 193 Estados-membros da ONU.

Votaram contra este texto países como Israel, Estados Unidos, Áustria ou Hungria e entre os países que se abstiveram estão Ucrânia, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Iraque ou Albânia ou Cabo Verde.

Com exceção de Cabo Verde, que se absteve, e São Tomé e Príncipe, que não registou o seu voto, todos os restantes países lusófonos votaram a favor desta resolução.

Apesar de não ter caráter vinculativo, esta resolução carrega um peso político e mostra o posicionamento da comunidade internacional em relação à forma como Israel está a conduzir a sua guerra contra o grupo islamita Hamas.

Uma emenda proposta pelo Canadá, e que contou com o apoio de dezenas de países, entre eles de Portugal, Estados Unidos ou Reino Unido, que condenava inequivocamente os ataques terroristas do Hamas de 07 de outubro e que apelava à imediata e incondicional libertação dos reféns, foi também colocada a votação, mas não foi aprovada, uma vez que não conseguiu votos favoráveis de dois terços dos Estados-membros (obteve 88 votos a favor, 55 contra e 23 abstenções).

Esta emenda surgiu na sequência de duras críticas lançadas na quinta-feira pelo embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, que criticou o facto de o texto da Jordânia não ter uma única referência aos ataques do Hamas. Também os Estados Unidos haviam criticado o facto de o projeto da Jordânia não usar a palavra "reféns".

No final da votação, vários países lamentaram que a resolução não tenha referido o direito de Israel se defender e não condene diretamente as ações do Hamas.

"Testemunhamos hoje que a ONU já não tem qualquer relevância ou legitimidade", criticou Gilad Erdan logo após a votação, afirmando ser um "dia escuro para a ONU e para a humanidade".

Na manhã desta sexta-feira, a embaixadora norte-americana junto à ONU, Linda Thomas-Greenfield, já havia sinalizado que poderia rejeitar a resolução, considerando "escandaloso" e "ultrajante" que o texto da Jordânia não identificasse os autores dos ataques de 07 de outubro, apelando aos Estados-membros que apoiassem a emenda proposta pelo Canadá - e que acabou chumbada.

Concretamente, a resolução em causa apela a uma “trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada que conduza à cessação das hostilidades”; exige que todas as partes cumpram imediata e integralmente as suas obrigações ao abrigo do direito internacional, incluindo a proteção de civis e bens civis, e do pessoal humanitário; e exige também o fornecimento imediato, contínuo, e sem entraves de bens e serviços essenciais aos civis em toda a Faixa de Gaza, incluindo, água, alimentos, suprimentos médicos, combustível e eletricidade.

Entre outros pontos, apela também à rescisão da ordem de Israel para que os habitantes de Gaza se desloquem para o sul; e apela à libertação imediata e incondicional de todos os civis que se encontram ilegalmente mantidos em cativeiro.

A resolução reafirma ainda que uma solução justa e duradoura para o conflito israelo-palestiniano só pode ser alcançada por “meios pacíficos, com base nas resoluções pertinentes das Nações Unidas e em conformidade com o direito internacional, e com base na solução de dois Estados”.

A votação ocorreu numa sessão especial de emergência da Assembleia-Geral da ONU, convocada após o bloqueio do Conselho de Segurança da ONU, que até ao momento não conseguiu aprovar nenhuma das quatro resoluções que foram a votos sobre o tema.

Pelas regras da ONU, a Assembleia-Geral pode convocar uma "sessão especial de emergência" no prazo de 24 horas, caso o Conselho de Segurança "deixe de exercer a sua responsabilidade primária" pela manutenção da paz e segurança internacionais.

Vários Estados-membros, liderados pela Jordânia, recorreram então à Assembleia-Geral da ONU para uma sessão especial de emergência para abordar as "ações ilegais israelitas em Jerusalém Oriental ocupado e no resto do Território Palestiniano Ocupado", que começou na quinta-feira e que culminou na votação desta resolução.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ajuda humanitária a entrar em Gaza é insuficiente, alerta ONU

Assembleia Geral da ONU marcada por palavras duras dos representantes israelita e palestiniano

Eleições nos EUA: conflito no Médio Oriente torna-se uma questão-chave para Harris e Trump