Nenhum candidato democrata venceu a corrida à Casa Branca sem vencer a Pensilvânia, desde 1948. Os eleitores deste Estado dizem estar conscientes da responsabilidade que representa o seu voto.
Com as sondagens a revelarem uma disputa renhida na corrida presidencial norte-americana, Kamala Harris e Donald Trump estão, agora, concentrados na Pensilvânia. Este é um estado decisivo nos Estados Unidos e que pode ser a chave para a Casa Branca.
Tanto Harris como Trump visitaram mais vezes a Pensilvânia do que qualquer outro Estado do país, tendo ali investido mais dinheiro e energia na captação de votos, em comparação com outros locais.
A Pensilvânia - com os seus 19 votos eleitorais – tem estado do lado do vencedor das duas últimas eleições presidenciais por dezenas de milhares de votos. Com as sondagens a indicarem uma corrida à Casa Branca essencialmente empatada, mais uma vez, este poderá ser o estado que dará a volta à eleição.
“A Pensilvânia é um estado que foi para Trump em 2016 e que foi para Biden em 2020”, explicou o diretor do Franklin & Marshall College, Berwood Yost, acrescentando que este estado “tem grandes centros urbanos e comunidades rurais. Portanto, a Pensilvânia serve como uma espécie de microcosmos do país como um todo”.
Eleitores da Pensilvânia reconhecem importância do voto
O poder deste estado não a despercebido aos próprios eleitores, que revelaram estar conscientes do papel fundamental que vão desempenhar nestas eleições.
“Neste momento, metade dos meus amigos está a votar na Kamala e a outra metade está a votar no Trump”, disse Brian Neel, um eleitor do condado de Chester, na Pensilvânia. “Portanto, se isso é alguma indicação, acho que é uma corrida bastante renhida”, acrescentou.
Harris está a tentar obter o maior número de apoiantes possível nos centros urbanos de Filadélfia e Pittsburgh, bem como nos subúrbios. Por outro lado, Trump espera alargar o seu apoio nos condados rurais que venceu com facilidade em 2020 e conquistar os eleitores tradicionalmente democratas, como os latinos e os operários.
Embora ambos os lados estejam a reivindicar uma vantagem em termos de entusiasmo pela presidência do país, numa corrida tão renhida é evidente que todos os votos contam significativamente.
“Os eleitores atuais de ambos os candidatos estão igualmente motivados. Isso vai resumir qual é a melhor campanha no terreno, acho eu... Isso vai ser o que vai inclinar a balança aqui [na Pensilvânia]”, disse Yost.
Desde 1948 que nenhum candidato democrata venceu as eleições presideniais norte-americanas sem ganhar no estado da Pensilvânia, o que constitui um desafio para Kamala Harris.