{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2013/07/08/educacao-a-chave-para-a-integracao-da-comunidade-rom" }, "headline": "Educa\u00e7\u00e3o, a chave para a integra\u00e7\u00e3o da comunidade Rom", "description": "Educa\u00e7\u00e3o, a chave para a integra\u00e7\u00e3o da comunidade Rom", "articleBody": "Jana Luptakova, professora de ingl\u00eas: \u201c- Na nossa escola a integra\u00e7\u00e3o e a inclus\u00e3o acontecem todos os dias. Uma das formas \u00e9 ter a l\u00edngua Rom como l\u00edngua de trabalho das crian\u00e7as. Penso que esta \u00e9 uma forma de as integrar e n\u00f3s fazemo-lo.\u201dMonica Pinna, euronews: \u201c- A Eslov\u00e1quia est\u00e1 entre os pa\u00edses europeus com maior n\u00famero de Rom. A esperan\u00e7a m\u00e9dia de vida \u00e9 inferior \u00e0 m\u00e9dia nacional em 15 anos. Apenas 28 por cento das crian\u00e7as chegam ao liceu e s\u00f3 20 por cento dos homens t\u00eam um trabalho.\u201dEste \u00e9 o gueto de Moldava nad Bodvou, a cerca de 25 quil\u00f3metros de Ko\u0161ice, a segunda cidade eslovaca. Aqui vivem 750 pessoas, 420 das quais s\u00e3o crian\u00e7as. As fam\u00edlias dependem, sobretudo, das ajudas do Estado. Cada crian\u00e7a vale 22 euros mensais. Alguns residentes vivem em casas com \u00e1gua e eletricidade, e pagam uma renda \u00e0 c\u00e2mara municipal. Os restantes vivem em bairros de lata sem \u00e1gua, eletricidade nem esgotos.O \u00faltimo estudo sobre a comunidade Rom tem nove anos. Nele foram recenseados mais de 100 bairros de lata s\u00f3 na regi\u00e3o istrativa de Ko\u0161ice. A n\u00edvel nacional havia quase 300, em condi\u00e7\u00f5es t\u00e3o prec\u00e1rias como as de Moldava. Aqui as crian\u00e7as t\u00eam de caminhar cerca de dois quil\u00f3metros at\u00e9 \u00e0 escola mais pr\u00f3xima. O n\u00famero de inscri\u00e7\u00f5es \u00e9 elevado porque os subs\u00eddios estatais dependem da assiduidade escolar. Mas o ensino pr\u00e9-escolar n\u00e3o \u00e9 obrigat\u00f3rio.Michaela Csalova, Centro para o Desenvolvimento Sustent\u00e1vel: \u201c- O problema \u00e9 que as crian\u00e7as n\u00e3o s\u00e3o colocadas em creches onde podiam aprender h\u00e1bitos b\u00e1sicos de higiene ou disciplina, o que lhes facilitaria bastante a vida quando chegassem \u00e0 escola prim\u00e1ria. Mas estas crian\u00e7as s\u00e3o rejeitadas pelas creches aqui em Moldava.\u201dPara ultraar este obst\u00e1culo, o Centro para o Desenvolvimento Sustent\u00e1vel come\u00e7ou a dar aulas \u00e0s crian\u00e7as em idade pr\u00e9-escolar para facilitar a inser\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as Rom no ensino obrigat\u00f3rio. Estas aulas s\u00e3o cruciais, uma vez que uma grande percentagem de crian\u00e7as \u00e9 colocada em escolas de ensino especializado para crian\u00e7as com defici\u00eancia, ou em turmas frequentadas exclusivamente pelos Rom.Al\u017eb\u011bta Dudyov\u00e1, residente do gueto: \u201c- As crian\u00e7as Rom n\u00e3o t\u00eam as mesmas oportunidades que as outras, porque lhes \u00e9 dif\u00edcil ir \u00e0 escola. \u00c9-lhes dif\u00edcil falar, ler e escrever em eslovaco. Mas os pais tamb\u00e9m deveriam fazer um esfor\u00e7o para encorajar os filhos a estudar.\u201dMonica Pinna, euronews:\u201c- Um projeto de 2008 mostra que a integra\u00e7\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel. Os estudantes de uma escola em Kremnica mostram-no diariamente.\u201dKremnica, no cora\u00e7\u00e3o da Eslov\u00e1quia, tem cerca de 300 residentes Rom, numa popula\u00e7\u00e3o de 5200 pessoas. Aqui, esta escola privada especializada na prepara\u00e7\u00e3o de estudantes marginalizados ao ensino acad\u00e9mico, acolhe alunos de todas as comunidades. Jana Luptakova, professora de ingl\u00eas:\u201c- Nesta escola todas as crian\u00e7as s\u00e3o educadas em eslovaco, em ingl\u00eas e em l\u00edngua Rom, al\u00e9m de tamb\u00e9m estudarem a hist\u00f3ria do povo Rom. Eu penso que esta \u00e9 uma boa forma de integra\u00e7\u00e3o e isto \u00e9 espec\u00edfico da nossa escola. Nunca fiz este tipo de trabalho antes, apesar de eu tamb\u00e9m ser Rom.\u201dPara alguns dos alunos uma turma mista \u00e9 uma experi\u00eancia nova. Nicola tem 17 anos e \u00e9 a primeira vez que est\u00e1 numa aula com alunos de outras comunidades. A mudan\u00e7a n\u00e3o foi f\u00e1cil.Nicola Poko\u0161ov\u00e1, estudante:\u201c- No in\u00edcio houve alguns olhares que me fizeram sentir estranha. Tive de construir rela\u00e7\u00f5es. Pensava que ia ser rejeitada mas isso n\u00e3o aconteceu e acab\u00e1mos por nos tornar amigos.\u201d Esta escola oferece \u00e0s crian\u00e7as um local para aprender e brincar. A pintura, o canto e a m\u00fasica s\u00e3o algumas das atividades extraescolares que est\u00e3o \u00e0 m\u00e3o de todos os alunos, independentemente da sua origem. Jana Tomova, diretora da escola: \u201c- O nosso objetivo \u00e9 educar as crian\u00e7as Rom e prepar\u00e1-las para o ensino geral. \u00c9 que as crian\u00e7as Rom s\u00e3o geralmente colocadas em escolas especiais onde conseguem apenas o equivalente a quatro anos curriculares em nove anos de estudos, o que tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9 economicamente vi\u00e1vel .\u201dMelhorar a condi\u00e7\u00e3o do povo Rom tornou-se um imperativo econ\u00f3mico e social na Europa. A integra\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as e dos jovens esteve no centro da \u00faltima Plataforma Europeia para a Inclus\u00e3o dos Rom, em junho. Na mesma altura, a Comiss\u00e3o Europeia publicou um relat\u00f3rio no qual apela aos estados-membros para implementarem medidas concretas que permitam a integra\u00e7\u00e3o deste povo nas respetivas sociedades. A coordena\u00e7\u00e3o nacional e europeia \u00e9 a chave para resolver este problema.J\u00e1n Hero, gabinete governamental para a comunidade Rom: \u201c- A educa\u00e7\u00e3o n\u00e3o deve ser a \u00fanica abordagem. Para resolver o problema da educa\u00e7\u00e3o \u00e9 preciso atacar igualmente os problemas de habita\u00e7\u00e3o, emprego e sa\u00fade. \u00c9 importante remover os obst\u00e1culos que impedem o o \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, obst\u00e1culos que v\u00eam da comunidade Rom e da sociedade.\u201dA discrimina\u00e7\u00e3o e o o desigual \u00e0 educa\u00e7\u00e3o contribuem para perpetuar o ciclo de pobreza de gera\u00e7\u00e3o em gera\u00e7\u00e3o.", "dateCreated": "2013-07-08T11:20:31+02:00", "dateModified": "2013-07-08T11:20:31+02:00", "datePublished": "2013-07-08T11:20:31+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F230970%2F1440x810_230970.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Educa\u00e7\u00e3o, a chave para a integra\u00e7\u00e3o da comunidade Rom", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F230970%2F432x243_230970.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9rie: a minha Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Educação, a chave para a integração da comunidade Rom

Educação, a chave para a integração da comunidade Rom
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

Jana Luptakova, professora de inglês:
“- Na nossa escola a integração e a inclusão acontecem todos os dias. Uma das formas é ter a língua Rom como língua de trabalho das crianças. Penso que esta é uma forma de as integrar e nós fazemo-lo.”

Monica Pinna, euronews:
“- A Eslováquia está entre os países europeus com maior número de Rom. A esperança média de vida é inferior à média nacional em 15 anos. Apenas 28 por cento das crianças chegam ao liceu e só 20 por cento dos homens têm um trabalho.”

Este é o gueto de Moldava nad Bodvou, a cerca de 25 quilómetros de Košice, a segunda cidade eslovaca. Aqui vivem 750 pessoas, 420 das quais são crianças. As famílias dependem, sobretudo, das ajudas do Estado. Cada criança vale 22 euros mensais. Alguns residentes vivem em casas com água e eletricidade, e pagam uma renda à câmara municipal. Os restantes vivem em bairros de lata sem água, eletricidade nem esgotos.

O último estudo sobre a comunidade Rom tem nove anos. Nele foram recenseados mais de 100 bairros de lata só na região istrativa de Košice. A nível nacional havia quase 300, em condições tão precárias como as de Moldava. Aqui as crianças têm de caminhar cerca de dois quilómetros até à escola mais próxima. O número de inscrições é elevado porque os subsídios estatais dependem da assiduidade escolar. Mas o ensino pré-escolar não é obrigatório.

Michaela Csalova, Centro para o Desenvolvimento Sustentável:
“- O problema é que as crianças não são colocadas em creches onde podiam aprender hábitos básicos de higiene ou disciplina, o que lhes facilitaria bastante a vida quando chegassem à escola primária. Mas estas crianças são rejeitadas pelas creches aqui em Moldava.”

Para ultraar este obstáculo, o Centro para o Desenvolvimento Sustentável começou a dar aulas às crianças em idade pré-escolar para facilitar a inserção das crianças Rom no ensino obrigatório. Estas aulas são cruciais, uma vez que uma grande percentagem de crianças é colocada em escolas de ensino especializado para crianças com deficiência, ou em turmas frequentadas exclusivamente pelos Rom.

Alžběta Dudyová, residente do gueto:
“- As crianças Rom não têm as mesmas oportunidades que as outras, porque lhes é difícil ir à escola. É-lhes difícil falar, ler e escrever em eslovaco. Mas os pais também deveriam fazer um esforço para encorajar os filhos a estudar.”

Monica Pinna, euronews:
“- Um projeto de 2008 mostra que a integração é possível. Os estudantes de uma escola em Kremnica mostram-no diariamente.”

Kremnica, no coração da Eslováquia, tem cerca de 300 residentes Rom, numa população de 5200 pessoas. Aqui, esta escola privada especializada na preparação de estudantes marginalizados ao ensino académico, acolhe alunos de todas as comunidades.

Jana Luptakova, professora de inglês:
“- Nesta escola todas as crianças são educadas em eslovaco, em inglês e em língua Rom, além de também estudarem a história do povo Rom. Eu penso que esta é uma boa forma de integração e isto é específico da nossa escola. Nunca fiz este tipo de trabalho antes, apesar de eu também ser Rom.”

Para alguns dos alunos uma turma mista é uma experiência nova. Nicola tem 17 anos e é a primeira vez que está numa aula com alunos de outras comunidades. A mudança não foi fácil.

Nicola Pokošová, estudante:
“- No início houve alguns olhares que me fizeram sentir estranha. Tive de construir relações. Pensava que ia ser rejeitada mas isso não aconteceu e acabámos por nos tornar amigos.”

Esta escola oferece às crianças um local para aprender e brincar. A pintura, o canto e a música são algumas das atividades extraescolares que estão à mão de todos os alunos, independentemente da sua origem.

Jana Tomova, diretora da escola:
“- O nosso objetivo é educar as crianças Rom e prepará-las para o ensino geral. É que as crianças Rom são geralmente colocadas em escolas especiais onde conseguem apenas o equivalente a quatro anos curriculares em nove anos de estudos, o que também não é economicamente viável .”

Melhorar a condição do povo Rom tornou-se um imperativo económico e social na Europa. A integração das crianças e dos jovens esteve no centro da última Plataforma Europeia para a Inclusão dos Rom, em junho. Na mesma altura, a Comissão Europeia publicou um relatório no qual apela aos estados-membros para implementarem medidas concretas que permitam a integração deste povo nas respetivas sociedades. A coordenação nacional e europeia é a chave para resolver este problema.

Ján Hero, gabinete governamental para a comunidade Rom:
“- A educação não deve ser a única abordagem. Para resolver o problema da educação é preciso atacar igualmente os problemas de habitação, emprego e saúde. É importante remover os obstáculos que impedem o o à educação, obstáculos que vêm da comunidade Rom e da sociedade.”

A discriminação e o o desigual à educação contribuem para perpetuar o ciclo de pobreza de geração em geração.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Europa: Para que conta o nosso voto?

A internet tem um Big Brother?

Clientes satisfeitos