Especialistas alertam que potencial regresso de Trump significa uma mudança da política externa, económica e de segurança, sublinhando que a Alemanha e o resto da Europa teriam de assumir a defesa e reconstrução da Ucrânia.
O possível regresso de Donald Trump à Casa Branca poderá trazer mudanças a vários níveis, desde logo no setor económico.
A menos de quatro meses da eleição do presidente dos Estados Unidos para um mandato de 4 anos, o governo alemão já está a preparar-se para a perspetiva de um segundo governo de Donald Trump. Mas como poderá uma segunda istração TRump afetar a Alemanha e a União Europeia?
Filip Medunic, investigador do Conselho Alemão de Relações Externas, adverte que a política económica, externa e de segurança vão sofrer alterações.
“Para a Alemanha e para a Europa, creio que existe claramente um desafio. Como seria se a Alemanha levar à prática os seus anúnios sobre a forma como irá lidar com as tarifas e os direitos aduaneiros no comércio?", questiona Medunic.
"Além disso, a política dos Estados Unidos em relação à China continuará a influenciar significativamente a relação transatlântica".
"Trump já demonstrou durante o seu primeiro mandato, e novamente agora, que a política de segurança já não é considerada um dado adquirido como era no ado, para a Europa, mas também para a Alemanha como um aliado próximo dos Estados Unidos”, salienta o investigador.
Foco americano no Indo-Pacífico
A Alemanha espera que, com Donald Trump, os Estados Unidos voltem a sua atenção para o Indo-Pacífico.
A maioria das pessoas em Berlim considera que a Ucrânia vai ser responsabilidade da Europa no futuro, tanto no que diz respeito à defesa como à reconstrução.", refere Sudha David-Wilp, diretora regional do Fundo Marshall Alemão, lembrando que a Alemanha e a União Europeia estão a preparar-se para o cenário em que Washington diminua a sua presença na velho continente.
"Obviamente, é importante que os Estados Unidos continuem a desempenhar um papel, mas a maioria dos europeus aposta que qualquer das istrações vai esperar que a Europa assuma a liderança na Ucrânia.”, conclui.