{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2024/08/14/como-e-que-as-vinhas-belgas-se-estao-a-adaptar-as-alteracoes-climaticas" }, "headline": "Como \u00e9 que as vinhas belgas se est\u00e3o a adaptar \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas? ", "description": "Embora o aumento das temperaturas esteja a ajudar as vinhas a prosperar, os viticultores belgas n\u00e3o est\u00e3o imunes aos caprichos das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.", "articleBody": "As altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas v\u00e3o obrigar as vinhas belgas a p\u00f4r \u00e1gua no vinho?\u00c0 primeira vista, o aumento das temperaturas parece favorecer o desenvolvimento das vinhas no pa\u00eds muitas vezes associado \u00e0 cerveja.Em 2023, foram produzidos 3,4 milh\u00f5es de litros de vinho na B\u00e9lgica, o que representa um aumento de 13% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior.De acordo com S\u00e9bastien Doutreloup, climatologista da Universidade de Li\u00e8ge, desde h\u00e1 uma d\u00e9cada que o n\u00famero de vinhas na B\u00e9lgica tem vindo a aumentar de forma constante devido \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.Riscos clim\u00e1ticosNa Val\u00f3nia, perto de Dinant, o Ch\u00e2teau Bon Baron n\u00e3o est\u00e1 imune aos caprichos das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.\u0022Com as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, n\u00e3o se trata apenas de um caso de tempo mais quente, em que h\u00e1 mais matura\u00e7\u00e3o das uvas. Trata-se mais de extremos, e os extremos n\u00e3o s\u00e3o bons. Inunda\u00e7\u00f5es, chuva, geada\u0022, explica Jeanette van der Steen, en\u00f3loga e propriet\u00e1ria do Ch\u00e2teau Bon Baron.Com o aquecimento global, as videiras come\u00e7am a brotar mais cedo na esta\u00e7\u00e3o, tornando-as mais vulner\u00e1veis \u00e0s geadas da primavera, explica.Outro impacto \u00e9 o aparecimento de insetos e doen\u00e7as nas vinhas do norte da Europa, que anteriormente eram mais comuns no sul.\u0022H\u00e1 um inseto chamado drosophila suzukii. Come\u00e7ou no sul da Europa. Por isso, na altura, os outros pa\u00edses mais a norte n\u00e3o foram afetados. Mas, aparentemente, a drosophila suzukii est\u00e1 a deslocar-se todos os anos para norte e j\u00e1 chegou aqui \u00e0 B\u00e9lgica\u0022, alerta Jeanette van der Steen.Os viticultores adaptam-seOs viticultores tamb\u00e9m se est\u00e3o a adaptar, alterando as suas t\u00e9cnicas. Por exemplo, a propriet\u00e1ria do Ch\u00e2teau Bon Baron, que defende o desenvolvimento sustent\u00e1vel, espalhou argila nas suas vinhas para as proteger do stress h\u00eddrico e t\u00e9rmico. Jeanette tamb\u00e9m trabalha no desbaste das folhas das videiras.\u0022Quando as folhas s\u00e3o desbastadas, as videiras ficam expostas ao calor, ao frio, \u00e0 chuva e ao vento. Isto cria uma pele mais espessa, pelo que h\u00e1 menos risco de ataque de insetos e doen\u00e7as. As uvas ficam mais protegidas contra o calor, por exemplo\u0022, explica.As altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas tamb\u00e9m est\u00e3o a tornar mais dif\u00edcil prever o in\u00edcio da vindima.Quando Jeannette Van der Steen come\u00e7ou a trabalhar como viticultora nos anos 2000, a vindima na Val\u00f3nia come\u00e7ava em meados de outubro. Pouco a pouco, a vindima ou para o in\u00edcio de setembro.Este ano ainda \u00e9 muito cedo para saber, segundo a en\u00f3loga, que est\u00e1 atenta \u00e0s condi\u00e7\u00f5es climat\u00e9ricas.", "dateCreated": "2024-08-13T15:26:14+02:00", "dateModified": "2024-08-14T19:01:36+02:00", "datePublished": "2024-08-14T19:01:36+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F65%2F00%2F36%2F1440x810_cmsv2_47e78c7b-c3d0-5f10-acad-c3bc7d3ba1a4-8650036.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "\u00c9 mais dif\u00edcil prever o in\u00edcio da colheita devido \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F65%2F00%2F36%2F432x243_cmsv2_47e78c7b-c3d0-5f10-acad-c3bc7d3ba1a4-8650036.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Hess", "givenName": "Amandine", "name": "Amandine Hess", "url": "/perfis/2862", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Como é que as vinhas belgas se estão a adaptar às alterações climáticas?

É mais difícil prever o início da colheita devido às alterações climáticas.
É mais difícil prever o início da colheita devido às alterações climáticas. Direitos de autor 'Euronews'
Direitos de autor 'Euronews'
De Amandine Hess & Frédéric Garçon
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Embora o aumento das temperaturas esteja a ajudar as vinhas a prosperar, os viticultores belgas não estão imunes aos caprichos das alterações climáticas.

PUBLICIDADE

As alterações climáticas vão obrigar as vinhas belgas a pôr água no vinho?

À primeira vista, o aumento das temperaturas parece favorecer o desenvolvimento das vinhas no país muitas vezes associado à cerveja.

Em 2023, foram produzidos 3,4 milhões de litros de vinho na Bélgica, o que representa um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

De acordo com Sébastien Doutreloup, climatologista da Universidade de Liège, desde há uma década que o número de vinhas na Bélgica tem vindo a aumentar de forma constante devido às alterações climáticas.

Riscos climáticos

Na Valónia, perto de Dinant, o Château Bon Baron não está imune aos caprichos das alterações climáticas.

"Com as alterações climáticas, não se trata apenas de um caso de tempo mais quente, em que há mais maturação das uvas. Trata-se mais de extremos, e os extremos não são bons. Inundações, chuva, geada", explica Jeanette van der Steen, enóloga e proprietária do Château Bon Baron.

Com o aquecimento global, as videiras começam a brotar mais cedo na estação, tornando-as mais vulneráveis às geadas da primavera, explica.

Outro impacto é o aparecimento de insetos e doenças nas vinhas do norte da Europa, que anteriormente eram mais comuns no sul.

"Há um inseto chamado drosophila suzukii. Começou no sul da Europa. Por isso, na altura, os outros países mais a norte não foram afetados. Mas, aparentemente, a drosophila suzukii está a deslocar-se todos os anos para norte e já chegou aqui à Bélgica", alerta Jeanette van der Steen.

Os viticultores adaptam-se

Os viticultores também se estão a adaptar, alterando as suas técnicas. Por exemplo, a proprietária do Château Bon Baron, que defende o desenvolvimento sustentável, espalhou argila nas suas vinhas para as proteger do stress hídrico e térmico. Jeanette também trabalha no desbaste das folhas das videiras.

"Quando as folhas são desbastadas, as videiras ficam expostas ao calor, ao frio, à chuva e ao vento. Isto cria uma pele mais espessa, pelo que há menos risco de ataque de insetos e doenças. As uvas ficam mais protegidas contra o calor, por exemplo", explica.

As alterações climáticas também estão a tornar mais difícil prever o início da vindima.

Quando Jeannette Van der Steen começou a trabalhar como viticultora nos anos 2000, a vindima na Valónia começava em meados de outubro. Pouco a pouco, a vindima ou para o início de setembro.

Este ano ainda é muito cedo para saber, segundo a enóloga, que está atenta às condições climatéricas.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

À descoberta da região vinícola da Moldávia: No subsolo, nas vinhas e no céu

Vinhas já estão a ser regadas devido à seca

Terceira missão com astronauta polaco adiada, anuncia NASA