O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, disse que vai apoiar a indústria automóvel alemã, mas hesita em aumentar as tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China.
Foi em clima de crise do setor automóvel, principalmente na produção de elétricos, que o vice-chanceler alemão, e ministro da Economia, Robert Habeck, reuniu-se virtualmente na segunda-feira com os dirigentes da indústria.
O ministro da Economia disse que vai apoiar a indústria automóvel alemã, mas está hesitante em aumentar as tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China, proposta da UE.
Os fabricantes de automóveis queixam-se da concorrência da China, que consegue manter os seus custos de produção baixos graças a subsídios.
Para fazer face a esta situação a UE impôs tarifas provisórias de até 37,6% sobre os veículos elétricos fabricados na China, alegando que estes beneficiam injustamente de subsídios governamentais.
"Está efetivamente provado que a China está a aumentar artificialmente a sobrecapacidade com subsídios, a fim de conquistar mercados, de conquistar agressivamente. No entanto, não sou adepto de direitos aduaneiros, de direitos compensatórios, porque isso conduzirá provavelmente a contramedidas e envolver-nos-á numa disputa tarifária, talvez numa guerra (tarifária) com a China”, disse Habeck.
A China já afirma que os seus subsidios à indústria dos veículos elétricos está em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em conferência de imprensa, realizada após a reunião com o setor, Habeck manifestou a sua vontade em apoiar a indústria automóvel alemã em dificuldades, mas com soluções a longo prazo e alertou para o facto de que soluções rápidas podem levar a um novo colapso do sector.
“Todos dizem que o planeamento é a coisa mais importante. E isso significa planeamento a longo prazo. Não é uma ação relâmpago, porque isso só tem o efeito de fazer subir novamente o mercado a curto prazo e, depois, possivelmente, voltar a cair. E depois temos um “efeito soufflé” e não queremos que isso volte a acontecer", explicou.
Os fabricantes de automóveis europeus estão a debater-se com grandes dificuldades no mercado mundial de veículos elétricos, com marcas importantes como a Stellantis, a Mercedes e a Volkswagen a perderem terreno para a concorrência.
A Volkswagen, em particular, está a considerar a possibilidade de encerrar unidades de produção numa tentativa de se tornarem mais rentáveis.
As duas partes têm até ao início de novembro para tentar resolver as suas divergências, até as tarifas provisórias se tornarem oficiais.
Também Pedro Sanchéz, primeiro-ministro espanhol, após uma visita à China, instou a União Europeia a "reconsiderar" os direitos aduaneiros sobre os automóveis elétricos chineses.