Os pedidos de asilo de menores não acompanhados em toda a União Europeia têm vindo a diminuir de forma mais ou menos constante desde um pico de mais de 88.000 em 2015.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância apelou aos governos para que dêem prioridade à segurança das crianças migrantes, depois de os últimos naufrágios terem provocado a morte de pelo menos 27 pessoas, incluindo mulheres e crianças.
Na quinta-feira, duas embarcações afundaram-se em águas ao largo da Tunísia oriental, um ponto de partida popular para migrantes em situação irregular que esperam chegar à Europa.
E entre os sete sobreviventes de um naufrágio na véspera de Ano Novo ao largo da ilha siciliana de Lampedusa estava uma menina de oito anos cuja mãe continua desaparecida, disse a UNICEF.
A agência disse ainda que, no mês ado, uma rapariga de 11 anos encontrada a boiar ao largo de Lampedusa terá sido a única sobrevivente de um barco de migrantes que partiu da cidade tunisina de Sfax com cerca de 45 pessoas a bordo.
De acordo com o rastreador de migrantes desaparecidos da Organização Internacional das Migrações, 2.275 pessoas estavam desaparecidas no Mediterrâneo em 2024, elevando o número total de pessoas desaparecidas desde 2014 para 31.180.
A grande maioria destas pessoas terá morrido na perigosa rota do Mediterrâneo Central, que é mais frequentemente utilizada por traficantes de pessoas da Líbia e da Tunísia para transportar pessoas desesperadas para Itália.
A UNICEF apelou aos governos para que honrem as suas obrigações ao abrigo do direito internacional relativamente aos refugiados e para que deem prioridade à proteção das crianças.
"Isto inclui garantir vias seguras e legais para a proteção e reunificação familiar, bem como operações coordenadas de busca e salvamento, desembarque seguro, receção baseada na comunidade e o a serviços de asilo", afirmou a agência em comunicado.
"Também apelamos a um maior investimento em serviços essenciais para crianças e famílias que chegam através de rotas migratórias perigosas, incluindo apoio psicossocial, assistência jurídica, cuidados de saúde e educação".
Sob o comando da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, a Itália tem tentado conter as chegadas, reprimindo as operações de contrabando de migrantes e dissuadindo os candidatos a refugiados com a ameaça de verem os seus pedidos de asilo processados na Albânia.
De acordo com a agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, em 2023, mais de 2200 pessoas "consideradas menores não acompanhados" apresentaram pedidos de asilo às autoridades italianas. No mesmo ano, a Grécia registou mais de 2.600 pedidos de asilo, enquanto a Espanha tratou apenas 30 pedidos deste tipo.
Os pedidos de asilo de menores não acompanhados em toda a União Europeia têm diminuído de forma mais ou menos constante desde o pico de mais de 88.000 em 2015.
Entretanto, o grupo espanhol de direitos dos migrantes Caminando Fronteras afirmou em dezembro que mais de 10.000 migrantes morreram no ano ado ao tentar chegar a Espanha por mar.