Primeiro foi a esquerda a protestar contra o atual governo, no sábado. Hoje, foram os apoiantes conservadores de direita que pediram a Sánchez que marque eleições antecipadas.
Milhares de pessoas reuniram-se este domingo na Praça de Espanha, em Madrid, para protestar contra o Governo, numa manifestação organizada pelo Partido Popular. Sob o lema "Máfia ou democracia", o PP pediu aos cidadãos que se "mobilizassem" contra Sánchez, depois do escândalo das mensagens de WhatsApp da militante socialista Leire Díez e dos alegados casos de corrupção.
"Estamos aqui para defender o nosso país e a dignidade democrática", disse o líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, num discurso. "A Espanha está cansada, mas não desistiu. Hoje estamos aqui (...) para que sejam vocês a falar alto e bom som contra o presidente que se esconde; aqui está um país que não (...) não nos vamos calar", acrescentou.
A manifestação, que teve início às 11h00 locais, contou também com a presença da presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, do presidente da Câmara da capital, José Luis Martínez-Almeida, e dos antigos presidentes José María Aznar e Mariano Rajoy.
De acordo com o Partido Popular, cerca de 100.000 pessoas participaram no protesto de domingo, embora a Delegação do Governo em Madrid avalie o número de participantes em cerca de 50.000.
Feijóo apela a Sánchez para que convoque eleições gerais
O líder da oposição garantiu no seu discurso que "ninguém votou nele para fazer isto", referindo-se ao pacto com os independentistas, à amnistia e aos alegados casos de corrupção que afetaram o PSOE e a própria família de Sánchez.
O líder do PP tinha pedido aos organizadores do protesto que não levassem bandeiras do partido, pois queria encorajar a participação de eleitores de outros partidos da oposição, como o Vox, de extrema-direita. No entanto, o partido de extrema-direita optou por não enviar nenhum representante ao evento por considerar que se trata de um evento "partidário".
Nos últimos dias, o Partido Popular incentivou cidadãos de todo o país a deslocarem-se a Madrid para participarem na manifestação e foram fretados autocarros para conseguir uma concentração maciça. O protesto deste domingo é a sexta manifestação convocada pelo partido de Feijóo desde que o líder se tornou presidente do PP em abril de 2022.