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Ator português violentamente agredido por grupo de extrema-direita

Adérito Lopes no papel de Camões em "Amor é um fogo que arde sem se ver"
Adérito Lopes no papel de Camões em "Amor é um fogo que arde sem se ver" Direitos de autor Adérito Lopes/Facebook
Direitos de autor Adérito Lopes/Facebook
De Ricardo Figueira
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Adérito Lopes teve de ser assistido no hospital a ferimentos na cara que terão sido feitos por arma branca. No local foram deixados autocolantes do grupo "Reconquista".

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O ator AdéritoLopes foi violentamente agredido por elementos de um grupo de extrema-direita na noite desta terça-feira, em Lisboa.

Tudo aconteceu naquela que seria a última representação da peça Amor é um fogo que arde sem se ver, uma produção do teatro A Barraca dirigida pela veterana atriz e encenadora Maria do Céu Guerra. O episódio acabou por ditar a suspensão desta peça sobre Camões, que tinha entrada livre. Adérito Lopes representava o papel do poeta épico português.

Por volta das 20 horas, quando o elenco da peça começava a chegar ao teatro Cinearte, no bairro lisboeta de Santos, estava no local um grupo de cerca de 30 manifestantes, alegadamente pertencentes ao movimento "Reconquista".

Segundo contou Maria do Céu Guerra ao canal de televisão SIC, que a entrevistou pouco depois do sucedido, o grupo começou por provocar uma das atrizes, que conseguiu escapar sem ser agredida, dirigindo-se depois a outro grupo de atores, quando finalmente um dos elementos do grupo de manifestantes agrediu Adérito Lopes, ferindo-o no olho e fazendo um corte na cara. O ator precisou de ser assistido no hospital e o suspeito foi detido, no local, pela polícia.

Maria do Céu Guerra conta que lhe telefonaram do hospital para dar conta do estado de saúde do ator e que, segundo as observações médicas, o ferimento na cara terá sido feito com uma arma branca.

O grupo de extrema-direita colou no exterior do teatro autocolantes com as mensagens "Defende o teu sangue" e "Portugal aos portuguezes" (o uso da grafia antiga da palavra "portugueses" é uma imagem de marca do Reconquista). O líder deste movimento, Afonso Gonçalves, foi brevemente detido pela PSP no domingo, quando se manifestava junto a um local de culto sikh em Odivelas.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, publicou na rede X uma nota de apoio à Barraca, dizendo que "os neofascistas atacam os livros, o teatro e quem faz a cultura" e que "o governo do PSD retirou do relatório de segurança interna a ameaça da extrema direita". Já o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, deslocou-se ao teatro para mostrar solidariedade para com os atores.

10 de Junho violento, 30 anos depois

Não é a primeira vez que o dia 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, é pretexto para ataques de grupos extremistas. Há precisamente 30 anos, o luso-cabo-verdiano Alcindo Monteiro foi morto à pancada por um grupo de skinheads no qual se incluía uma das figuras mais faladas da extrema-direita portuguesa, Mário Machado, atualmente preso por discurso de ódio.

O aniversário da morte de Alcindo Monteiro foi assinalado por cerca de 500 pessoas que se juntaram no Largo do Carmo, no centro da capital portuguesa, para um protesto antirracista.

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