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Aqueles que vivem no espaço

Aqueles que vivem no espaço
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Quem nunca sonhou em viajar até ao espaço? Descolar em direção à órbita da Terra, experimentar a ausência de gravidade, olhar de longe para o nosso planeta. Há um grupo muito de pessoas que faz justamente isso. Vivem e trabalham no espaço, a cerca de 400 quilómetros da Terra.

Tal como nos filmes, a Estação Espacial Internacional é considerada a última fronteira da aventura humana na exploração espacial. Mas para aceder à porta de embarque, há um ponto de agem obrigatório em Colónia, na Alemanha. Todos aqueles que vão trabalhar na estação têm de superar os treinos no Centro Europeu de Astronautas (EAC). Um deles é o italiano Luca Parmitano, que se prepara para ar seis meses no espaço. Uma das suas missões será controlar a acoplagem do ATV, o veículo de transferência de carga. “Eu estou qualificado como operador principal. Quando o ATV se aproximar da estação, tenho de medir a distância com uma régua e confirmar que o resultado corresponde ao apresentado pelo computador. Também controlo a velocidade dos movimentos – nem muito rápido, nem muito devagar. Se alguma coisa correr mal, como estou na última linha de defesa, posso dar ordem para parar, adiar ou abortar completamente a operação”, explica.

Os astronautas estão sempre sob vigilância, quer durante o treino, quer durante o trabalho. Na estação, o ritmo é pré-definido, assim como o tempo de descanso. Volker Damann, responsável pela equipa médica do EAC, afirma que “o horário de trabalho dura cerca de dez horas, que já estão programadas ao longo do dia. Eles dormem durante oito horas. No tempo que sobra, duas horas são para o exercício físico, e o resto é dedicado a atividades de manutenção da estação, eventuais imprevistos, conferências, etc.”

A tripulação trabalha em complemento com a equipa científica em terra, que vai conduzindo as experiências orbitais. Os próprios astronautas são objeto de estudo. O futuro dita o acompanhamento contínuo da evolução física e psicológica dos seres humanos no espaço. A longo prazo, a Agência Espacial Europeia e a NASA planeiam ir mais longe, durante mais tempo. É por essa razão que se tornou crucial o estudo do corpo humano num contexto de gravidade zero. Para já, sabe-se que há consequências profundas sobre os músculos e os ossos. Segundo Volker Damann, “a ausência de gravidade tem um impacto negativo no sistema muscular e no esqueleto. O maior perigo é mesmo a perda de massa óssea, na ordem de um a dois por cento por mês. Ou seja, ao fim de seis meses, é significativa a quantidade de massa óssea perdida. É uma consequência a longo prazo.”

Daí a importância acrescida do exercício físico, do levantamento de pesos até à bicicleta. Os ossos de um astronauta que tenha ado seis meses no espaço levam exatamente o mesmo tempo a recuperar. Outra questão problemática da vida em órbita é a quantidade de radiação que existe em torno da Estação Espacial Internacional. “Os astronautas têm consciência das consequências médicas a longo prazo que as missões acarretam. Sim, o nível de radiação é mais elevado lá em cima. Uma missão de seis meses representa o equivalente à quantidade de radiação que atinge um trabalhador de uma central nuclear durante toda a sua vida profissional”, aponta o responsável pelo EAC, Frank De Winne.

Teoricamente, esta exposição poderia resultar em formas de cancro como a leucemia. Mas ainda não há qualquer relação causa-efeito determinada. Volker Damann salienta que “os astronautas continuam a ser monitorizados durante um longo período de tempo, mesmo depois da reforma. Todos eles estão identificados, há uma base de dados mundial. Continuamos a tentar assinalar problemas médicos que possam estar relacionados especificamente com a atividade de astronauta.”

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