O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instou o Irão a chegar rapidamente a um acordo para travar o seu programa nuclear, enquanto Israel promete continuar os bombardeamentos contra o país.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquadrou o momento volátil que se vive no Médio Oriente como uma possível "segunda oportunidade" para os dirigentes iranianos evitarem mais destruição "antes que não reste nada e salvem o que já foi conhecido como o Império Iraniano".
Trump afirmou na sua plataforma Truth Social que tinha dado ao Irão um "ultimato de 60 dias para fazer um acordo", e que sexta-feira marcava o "dia 61".
A Casa Branca insistiu que Washington não estava envolvido na operação militar de Israel, embora funcionários anónimos dos EUA tenham dito que a istração Trump estava ciente com antecedência dos ataques em grande escala planeados por Israel contra o Irão.
Numa entrevista à ABC News, na sexta-feira de manhã, Trump disse que o ataque israelita ao Irão foi "excelente" e voltou a prever mais ataques.
"Demos-lhes uma oportunidade e eles não a aproveitaram", disse Trump a Jon Karl, da ABC. "Eles foram atingidos com força, muito força. Foram atingidos com a maior força com que se pode ser atingido. E há mais para vir. Muito mais".
O presidente dos EUA pressionou o Irão ao reunir-se com a sua equipa de segurança nacional na Sala de Crise, na sexta-feira, para discutir o caminho complicado a seguir após os ataques devastadores de Israel, que o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu prometeu manter durante "os dias que forem necessários" para decapitar o programa nuclear iraniano.
Embora a Casa Branca tenha afirmado não estar envolvida nos ataques, Trump sublinhou que Israel utilizou o profundo arsenal de armamento fornecido pelos EUA para atingir a principal instalação de enriquecimento de urânio do Irão, em Natanz, e o programa de mísseis balísticos do país, bem como cientistas e funcionários nucleares de topo.
EUA mobilizam meios militares
Na sequência dos ataques israelitas, os Estados Unidos começaram a deslocar os recursos militares, incluindo navios, para o Médio Oriente, a fim de se precaverem contra possíveis ataques de retaliação por parte de Teerão, de acordo com dois altos funcionários norte-americanos que falaram sob condição de anonimato para discutir assuntos sensíveis.
A Marinha ordenou ao contratorpedeiro USS Thomas Hudner que começasse a navegar em direção ao Mediterrâneo Oriental e ordenou a um segundo contratorpedeiro que avançasse, de modo a poder estar disponível se solicitado pela Casa Branca.
Enquanto Israel intensificava os planos de ataque nas últimas semanas, o Irão assinalou que os Estados Unidos seriam responsabilizados no caso de um ataque israelita. A advertência foi feita pelo ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, no momento em que este se encontrava em conversações com o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, sobre o rápido avanço do programa nuclear de Teerão.
Os ataques de sexta-feira ocorrem quando Trump planeia enviar Witkoff a Omã no domingo para a próxima ronda de conversações com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano.
Witkoff ainda planeia ir a Omã este fim de semana para conversações sobre o programa nuclear de Teerão, mas não é claro se os iranianos irão participar, de acordo com funcionários dos EUA que falaram sob condição de anonimato para descrever discussões diplomáticas privadas.
Trump também falou na sexta-feira com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e com o presidente francês Emmanuel Macron sobre a evolução da situação, bem como com Netanyahu.