A noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, é aquela em que todos os foliões de Lisboa saem à rua. Este ano, o melhor é mesmo ir a pé ou de táxi, porque há greve na Carris e no Metro.
É esta quinta-feira, noite de 12 para 13 de junho, a noite em que todos - ou, enfim, quase todos - os lisboetas (e muitos turistas que visitam a capital portuguesa) saem à rua para festejar o Santo António. Em quase todos os recantos de Lisboa há arraiais com sardinhas no pão, chouriço assado, cerveja e sangria a rodos e muita daquela música popular portuguesa que todos cantam a plenos pulmões nestas festas, mas têm vergonha de itir que ouvem no resto do ano... os grandes sucessos de Quim Barreiros ou do recentemente (re)descoberto José Pinhal não irão faltar.
Se bairros como Alfama ou a Madragoa se transformam num arraial gigante durante quase toda a época dos Santos Populares, com especial destaque para a noite de Santo António, há festas populares um pouco por todos os recantos de Lisboa. Além do muito concorrido arraial da Vila Berta, no bairro da Graça, ou do arraial oficial organizado pela Câmara Municipal de Lisboa na Praça da Alegria, há toda uma série de festas organizadas nos bairros durante todo o mês de junho, dos quais encontra uma lista (não exaustiva) aqui.
Greves nos transportes
Para se deslocar aos arraiais, a pior ideia que pode ter é conduzir o próprio carro: além do trânsito intenso, encontrar um local para estacionar pode ser um autêntico pesadelo, sobretudo na noite de 12 para 13. O transporte público seria a melhor opção se não houvesse uma greve quase total esta quinta-feira.
A Carris (autocarros e elétricos) funciona com serviços mínimos durante todo o dia, depois de os sindicatos terem decretado uma greve de 24 horas, enquanto o Metropolitano de Lisboa encerra todas as estações a partir das 20:00 devido a um plenário dos trabalhadores.
Por isso, se tem a sorte de estar no centro de Lisboa, a melhor solução é mesmo fazer um pouco de exercício e ir a pé ou, então, utilizar um táxi ou serviço semelhante. Se se desloca de comboio, há boas notícias para si, já que a decidiu alargar o serviço e oferecer 50 mil lugares suplementares, para colmatar a falta nos transportes
Casamentos e marchas
Além dos arraiais, as festas de Santo António incluem eventos como as tradicionais Marchas Populares, que desfilam pela Avenida da Liberdade e rivalizam com o Carnaval do Rio (enfim, à devida escala...), nas quais os vários bairros lisboetas competem pelo melhor desfile.
Sendo Santo António um santo casamenteiro, outro dos eventos tradicionais são os casamentos de Santo António. Este ano, 16 casais dão o nó na Sé de Lisboa às 14 horas.
Quem são os Santos Populares?
"Santos Populares" é o nome que se dá aos três santos mais festejados em Portugal, todos eles com festas no mês de junho.
O primeiro é Santo António (1195-1231) que, oficialmente, é "de Pádua", mas a quem os portugueses chamam "de Lisboa", por ter nascido na capital portuguesa. Tem a sua festa no dia 13 de junho e é celebrado sobretudo em Lisboa (onde a data é feriado municipal) e toda a área envolvente.
São João Batista é o segundo "santo popular" a ser festejado. A celebração, na noite de 23 para 24 de junho, coincide com a longa tradição pagã, anterior ao cristianismo, de festejar o solstício de verão, algo que atravessa todas as culturas. Se o Santo António é a grande festa de Lisboa, o São João é a noite em que o Porto não dorme, sendo a principal festa e feriado municipal na segunda maior cidade de Portugal. Além do tradicional lançamento de balões de fogo e salto da fogueira, à noite de São João não podia faltar o sempre presente som dos martelinhos: quem sai para a festejar, sai equipado com um pequeno martelo de plástico que faz um som característico, com o qual se bate na cabeça dos outros foliões (os martelinhos vieram substituir o anteriormente comum alho-porro).
Por fim, São Pedro é festejado no dia 29 de junho e celebra-se em localidades como Sintra, Montijo e Torres Vedras.