Uma grande explosão abalou o porto de Shahid Rajaee, perto de Bandar Abbas, no sul do Irão, causando grandes danos materiais e ferindo cerca de 1.200 pessoas.
Pelo menos 40 pessoas morreram e cerca de 1.200 ficaram feridas numa grande explosão que ocorreu no porto de Shahid Rajaee, perto de Bandar Abbas, no sul do Irão, no sábado.
190 dos feridos continuam hospitalizados, segundo um comunicado divulgado num site do governo iraniano.
A explosão afetou escritórios pertencentes ao porto e a sua intensidade foi suficiente para causar tremores sentidos nas cidades vizinhas, de acordo com relatos nacionais. A explosão estilhaçou os vidros de edifícios situados a vários quilómetros de distância do local do incidente.
A televisão estatal também noticiou que tinha havido um desabamento de um edifício causado pela explosão, embora não tenham sido fornecidos mais pormenores.
Os esforços para dominar as chamas prosseguiram no domingo. A televisão estatal informou, entretanto, que o incêndio já estava sob controlo e que as atividades tinham sido retomadas no porto, mostrando imagens de contentores de um navio comercial a serem descarregados.
No entanto, imagens recentes divulgadas pelos meios de comunicação estatais mostraram também a extensão dos danos causados pela explosão. Imagens filmadas a partir de um helicóptero que sobrevoava o local exibiram uma cratera que parecia ter metros de profundidade, rodeada de contentores, camiões e automóveis carbonizados.
As autoridades locais alertaram para a poluição atmosférica causada por produtos químicos como o amoníaco, o dióxido de enxofre e o dióxido de azoto. Por precaução, as escolas de Bandar Abbas permaneceram encerradas este domingo.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, visitou os feridos no domingo. “Temos que descobrir porque é que isto aconteceu”, referiu, numa reunião com funcionários transmitida pela televisão estatal.
A explosão no porto ocorreu enquanto o Irão e os Estados Unidos se reuniam em Omã, no sábado, para uma terceira ronda de negociações sobre o programa nuclear de Teerão.
O que é que causou a explosão?
O diretor-geral de gestão de crises da província de Hormozgan, que inclui Bandar Abbas, declarou que a causa da explosão permanece desconhecida.
A istração Aduaneira do Irão atribuiu a responsabilidade da explosão a uma “reserva de mercadorias perigosas e de materiais químicos armazenados na zona portuária”, informou a agência noticiosa estatal IRNA no sábado.
No entanto, a empresa de segurança privada Ambrey informou que o porto recebeu, em março, um carregamento de “combustível para mísseis à base de perclorato de sódio”, que seria utilizado para reabastecer as reservas de mísseis do Irão.
“O incêndio terá sido o resultado de um manuseamento incorreto de um carregamento de combustível sólido destinado a ser utilizado em mísseis balísticos iranianos”, afirmou a empresa.
Porém, as autoridades iranianas não reconheceram ter recebido o carregamento. Tendo ainda o Ministério da Defesa do Irão negado as informações, que estão a ser veiculadas por meios de comunicação social internacionais, de que a explosão poderia estar ligada a um manuseamento incorreto de combustível sólido para mísseis.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram fumo avermelhado a sair do fogo antes da detonação, o que sugere que um composto químico pode ter estado envolvido na explosão, semelhante à explosão em Beirute em 2020. Após a explosão, o céu encheu-se de fumo negro. Outros vídeos mostram vidros de edifícios estilhaçados a quilómetros de distância do epicentro da explosão.
Entretanto, imagens dos meios de comunicação social estatais mostraram os feridos a aglomerarem-se em pelo menos um hospital, com ambulâncias a chegarem enquanto os médicos levavam uma pessoa numa maca.
O porto de Shahid Rajaee é uma importante instalação de transporte de contentores para a República Islâmica, movimentando cerca de 72,5 milhões de toneladas métricas de mercadorias por ano.
O Ministério do Interior afirmou ter iniciado uma investigação sobre a explosão. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, apresentou condolências às pessoas afetadas.