As forças israelitas apoderaram-se do navio Madleen, com destino a Gaza, na madrugada de segunda-feira. O mundo do entretenimento reagiu à interrupção da campanha em que ativistas, como Greta Thunberg, tentaram sensibilizar para a crise humanitária em Gaza.
Na madrugada de segunda-feira, as forças israelitas intercetaram e apreenderam um barco chamado Madleen, que se dirigia para Gaza para entregar ajuda humanitária, no que os ativistas disseram ser um protesto contra a campanha militar de Israel na Faixa de Gaza.
Segundo as autoridades israelitas, os ativistas, entre os quais se encontra Greta Thunberg, vão ser reenviados para seus países de origem depois de o barco em que viajavam ter sido apreendido.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel considerou a viagem como um golpe de relações públicas, afirmando num post no X que "o 'iate de selfies' das 'celebridades' está a chegar em segurança às costas de Israel".
Num vídeo de 2 de Junho, quando o barco partiu de Itália, Thunberg partilhou a informação sobre esta viagem, enquanto vestia uma camisola dos Fontaines D.C.
O grupo afirmou que as autoridades tinham "intercetado à força" o barco e agido com "total impunidade".
A organizadora da Flotilha da Liberdade, Huwaida Arraf, escreveu: "Israel não tem autoridade legal para fazer a detenção de voluntários internacionais a bordo do Madleen. Estes voluntários não estão sujeitos à jurisdição israelita e não podem ser criminalizados por prestarem ajuda ou desafiarem um bloqueio ilegal. A detenção é arbitrária, ilegal e deve terminar imediatamente".
Thunberg acusou Israel de a ter "raptado" e pediu apoio. "Apelo a todos os meus amigos, familiares e camaradas para que pressionem o governo sueco a libertar-me e aos outros o mais rapidamente possível", afirmou num comunicado.
Entretanto, o mundo do entretenimento reagiu à interceção do barco.
A lendária banda de rock Garbage partilhou uma publicação em que apelava "à libertação imediata de todos os envolvidos", antes de acrescentar: "Todos os olhos estão postos na @gazafreedomflotilla. Deixem entrar a ajuda. O que está a acontecer aos palestinianos é monstruoso. Quantas mais crianças mortas temos de ver para que o mundo faça alguma coisa?!?"
A cantora e compositora Cat Power fez uma publicação no Instagram a exigir a libertação de Thunberg e dos ativistas. "Exigimos a libertação imediata de todos os 12 reféns feitos por Israel em violação do direito internacional", partilhou a cantora numa legenda, antes de enumerar os nomes das pessoas que estavam a bordo do Madleen. "O MUNDO TEM DE AGIR AGORA. ISTO É UMA CRISE".
A cantora norueguesa Aurora partilhou uma publicação que afirmava que o governo israelita ofereceu a Thunberg a opção de "atacar, prendê-los ou voltar para trás", enquanto o grupo de rap irlandês Kneecap escreveu: "Solidariedade com Liam Cunningham (ator da Guerra dos Tromes) e com todos os que se encontram na Flotilha da Liberdade para Gaza".
A cantora e compositora britânica Nadine Shah também partilhou um vídeo, feito por um ativista do Madleen, que dizia: "Este não é o mundo que querem deixar para os vossos filhos. Quando olharem para os rostos dos vossos filhos, saibam que há crianças em Gaza, da mesma idade, que têm os mesmos direitos. Têm o direito de viver com dignidade, têm o direito de viver em liberdade. Têm o direito de simplesmente viver. Façam tudo o que estiver ao vosso alcance, mantenham os olhos postos em nós e lembrem-se porque estamos aqui. Têm de fazer o verdadeiro trabalho, que é impedir o vosso governo de enviar armas para Israel cometer estes crimes de guerra e atrocidades".
Bambie Thug, a cantora irlandesa que participou na Eurovisão o ano ado, também fez uma publicação que dizia: "Exigimos que o Madleen possa atracar em segurança e pacificamente em Gaza com todos os ativistas ilesos".
O escritor Matt Haig partilhou o seguinte sobre Greta Thunberg e as críticas dirigidas à jovem ativista: "Gostem dela ou não gostem. Mas ela é o oposto do 'performativo'. Ela está literalmente a ir para um genocídio com um alvo nas costas".
Após um bloqueio de quase três meses com o objetivo de pressionar o Hamas, Israel começou a permitir a entrada de alguma ajuda básica em Gaza no mês ado. Mas trabalhadores humanitários dizem que não é suficiente e alertaram para a fome, a menos que o bloqueio seja levantado e Israel termine a ofensiva militar.
No mês ado, uma tentativa da Flotilha da Liberdade chegar a Gaza por mar falhou depois de um navio do grupo ter sido atacado por dois drones, enquanto navegava em águas internacionais ao largo de Malta, segundo os organizadores.
O grupo culpou Israel pelo ataque, que danificou a parte da frente do navio.