A medida foi criticada pelo ministro da Justiça, que apelou à suspensão dos controlos, afirmando que tais medidas são da responsabilidade da polícia de fronteira.
Equipados com coletes e lanternas de alta visibilidade, um grupo de cidadãos neerlandeses tem vindo a efetuar os seus próprios controlos na fronteira com a Alemanha, motivados pela insatisfação com a atual política migratória.
Os participantes, cerca de uma dezena, segundo a imprensa local, decidiram agir por conta própria e efetuaram controlos nas fronteiras, com vídeos a circularem nas redes sociais.
Foram aplaudidos pelo político de direita Geert Wilders, cujo partido PVV se retirou do governo de coligação neerlandês na semana ada, depois de este se ter recusado a adotar as suas propostas em matéria de migração.
No mesmo dia, o primeiro-ministro Dick Schoof anunciou que também se ia demitir, classificando a decisão de Wilders de abandonar a coligação como “irresponsável e desnecessária”.
“No que me diz respeito, isto não devia ter acontecido”, afirmou.
Na sequência do colapso do governo, realizar-se-ão eleições antecipadas a 29 de outubro.
Ministro e polícia deixam apelo
Ao contrário de Wilders, o ministro da Justiça e Segurança dos Países Baixos, David van Weel, mostrou-se menos entusiasmado com a ação dos cidadãos.
“A frustração é compreensível, mas não façam justiça pelas vossas próprias mãos”, avisou.
Destacou que o governo é a favor de leis de imigração mais rigorosas e aconselhou os cidadãos a “deixarem a polícia e a polícia de fronteira fazer o seu trabalho”.
A polícia também aconselhou os cidadãos a pararem imediatamente com os controlos fronteiriços.
“Estas ações criam situações extremamente perigosas na estrada e ao longo da mesma”, declarou a polícia neerlandesa, num comunicado publicado pelo jornal De Gelderlander, considerando os controlos fronteiriços "verdadeiramente inaceitáveis".